O governo constitucional de Vargas e os caminhos para o Estado Novo.
O governo constitucional de Vargas (1934-1937)
Os movimentos políticos de oposição
• Getúlio Vargas enfrentou também oposições políticas em seu governo constitucional (1934-1937). De ideologia política de direita, Vargas enfrentou a AIB - Ação Integralista Brasileira, liderada por Plínio Salgado e influenciada pelas ideias fascistas de época. De ideologia política de esquerda, Vargas teve a oposição da Aliança Nacional Libertadora – ANL, que era composta por comunistas e representada pelo PCB – Partido Comunista do Brasil.
• Como consequência dos movimentos oposicionistas, Vargas solicitou ao Congresso Nacional a aprovação da Lei de Segurança Nacional. Esta dava à Vargas, amplos poderes, essencialmente de repressão aos movimentos oposicionistas.
A Aliança Nacional Libertadora
• Além de comunistas, a ANL também reunia a participação de socialistas, dos tenentes de esquerda, e tinha como presidente de honra Luís Carlos Prestes. Como ideais políticos, a ANL mostrava-se contra o imperialismo, o fascismo e a má divisão fundiária do país. Tais posições políticas colocavam-na diretamente contra os grupos que já estavam instalados no poder.
• Logo após ser criada, a ANL começou a crescer rapidamente em número de adeptos no país, tornando-se uma organização de oposição forte à Vargas. Porém, os líderes aliancistas tinham dúvidas quanto à forma que conquistariam o poder. A primeira era por meio da consolidação de uma aliança de classes, já a segunda se baseava numa tentativa de revolução. Em 1935, o governo colocou a Aliança Nacional Libertadora na ilegalidade, e fechou sindicatos de esquerda comunista como forma de repressão ao movimento. Mesmo assim, a ANL não deixou de existir e passou a incentivar os militares de esquerda a enfrentar o governo, juntamente com manifestações da massa popular rumo à tomada do poder. A tentativa de insurreição teve início no Rio Grande do Norte, onde os militares revoltosos se sobressaíram sobre a polícia, mas após combates com forças de outros estados, os militares revoltosos foram superados, fazendo com que o governo nomeasse o movimento como Intentona Comunista.
• Após a perda dos aliancistas no movimento, tais foram presos ou deportados, e todos os setores de esquerda passaram a ser perseguidos. A repressão do governo aos movimentos oposicionistas era sustentada pela Lei de Segurança Nacional.
A Ação Integralista Brasileira
• Com origens em 1932, período em que Vargas ainda governava provisoriamente, a AIB – Ação Integralista Brasileira tinha como ideais o corporativismo, o fortalecimento do Estado e o combate ao socialismo, liberalismo e capitalismo. Com o lema “Deus, Pátria e Família”, os integralistas conquistaram o apoio de parte das classes médias urbanas, juventude e de uma pequena parte de militares. Assim como vários outros movimentos de caráter fascista, a AIB dava alto valor aos símbolos políticos; ela organizava desfiles com seus participantes vestidos com camisas-verdes e braçadeiras contendo a letra sigma. Além disso, proferiam gritos da palavra indígena anauê, versão tropical do Heil Hitler, saudação nazista à Hitler.
• Durante os anos 1935, os integralistas enfrentaram nas ruas os integrantes da ANL. Embora se assemelhassem politicamente ao governo, os integralistas compunham uma oposição justamente por pertencer a outro grupo político, e também por ter algumas características próprias. Entre essas características, e segundo o historiador Boris Fausto, os integralistas pretendiam alcançar o poder através de um partido que mobilizaria as massas descontentes e tomaria de assalto o Estado; já o governo, e ainda na visão do historiador, não acreditava na mobilização das massas, mas na clarividência de alguns homens.
Rumo ao Estado Novo
• O governo reprimiu os movimentos de oposição durante o governo constitucional (1934-1937), principalmente o comunista, da Aliança Nacional Libertadora. De certa forma, Vargas aumentava negativamente a visão que se tinha dos comunistas durante o seu governo, objetivando, claramente, reprimir tais ‘ameaças’ e justificar as suas atitudes que caminhavam para o autoritarismo do Estado Novo.
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