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7 de dezembro de 2011

O poder da Monarquia e da Igreja no período colonial (1ª Parte)

 As críticas da sociedade à Igreja durante o período colonial. O contexto religioso antecedente à Reforma Protestante, que viria a acontecer em determinadas partes da Europa, e o período em que a Igreja Católica vendia perdões.

Contexto religioso dos cristãos prestes à Reforma Protestante

• No período entre a transição da Idade Média para a Idade Moderna, o cristão ainda via a vida como uma batalha contra o demônio. Tal ideia propiciaria à Reforma Protestante. Assim pensava Erasmo de Roterdã (1466-1536), homem do humanismo:

“As pessoas corriam para as Igrejas como se fossem teatros, para saciarem a sensualidade de seus ouvidos”.

“Os pecados” da Igreja

• Erasmo de Roterdã, na obra O elogio da loucura, de 1509, criticava fortemente a forma imprudente com que a Igreja lidava com os assuntos sagrados. Suas críticas revelavam um desejo de refletir sobre os conceitos religiosos acerca do trabalho feito pela Igreja e a imposição dela à sociedade. Embora Erasmo não tenha rompido com a Igreja, ele ajudou na propagação de tais ideias que, mais tarde, cairiam muito bem aos reformadores.

• Entre outras críticas e questionamentos à Igreja, estava o fato da imposição de tributos a um governante espiritual distante, em Roma. Duvidava-se da necessidade e precisão dos pagamentos desses impostos a tal autoridade, cujo poder econômico era mais que satisfatório. Para muitos, a Igreja era apenas um órgão espiritual e seu poder não deveria estender-se a área de atuação política, sendo assim, o poder do papa limitava-se ao poder dos reis. Muitas das críticas eram realmente relevantes: a classe eclesiástica havia feito da Igreja uma verdadeira forma de comércio, de modo que, cargos e funções religiosos eram negociados financeiramente, além de relíquias sagradas, e até mesmo, pecados poderiam ser “esquecidos” –ou melhor- perdoados mediante pagamentos. Vários dos representantes da Igreja não cumpriam o celibato, tendo mulheres e filhos, o que segundo a teoria religiosa não é permitido. Dessa forma, a Igreja era vista por muitos como uma organização que pregava ensinamentos ou teorias diferentes do que exercia perante o meio social; tornaram-se comuns ataques a tais práticas.

Embate de interesses

• Com o nascimento de novos núcleos de poder em volta das cidades, surgiram as condições ideais para o confronto entre Igreja e Estado, a qual se deu em algumas partes da Europa. Dessa forma, e sendo contrariados, burgueses, reis e nobres passaram a opor-se à Igreja. A Igreja condenava a usura, pratica em que a burguesia poderia obter altos rendimentos lucrativos baseados em altas taxas de juros à empréstimos feitos a outrem. Os monarcas desejavam tomar as rendas da Igreja e utilizar ela como instrumento de centralização política. Já os nobres divergiam dos interesses dos eclesiásticos quanto à terras e a respeito da arrecadação de tributos, além de certos privilégios. Nesse contexto, teve-se o surgimento de congregações locais e igrejas nacionais em oposição à tradicional Igreja internacional, ou seja, Católica.

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