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16 de novembro de 2011

O governo de Getúlio Vargas (1ª Parte)

 Ao final da década de 1920, o Brasil estava condicionado numa forte crise econômica que havia sido agravada com a queda da bolsa em 1929. O país tinha também condições históricas perfeitas para o aparecimento de um líder populista e 'amigo' do povo. Por final, a quebra da política do café com leite no Brasil Oligárquico, levou Minas a articular junto com o Rio Grande do Sul e a Paraíba, uma candidatura oposta à oficial. Tudo caminhava para o golpe de 1930.

Contexto social do Brasil anterior ao governo de Getúlio Vargas

• O Brasil anterior ao primeiro governo contínuo do presidente Getúlio Vargas (1930-1945), era um país que tinha condições históricas essenciais para a subida de um governo marcado pelo populismo. Essas condições somam-se a crise dos anos 1920 que se agravou com o crash de 1929; o descontentamento não só das classes populares, mas também das oligarquias que passaram a ter suas economias reduzidas; a crise do café – principal produto do Brasil República; a majoritariedade de analfabetos na população brasileira e a passagem de emigrantes do rural para o urbano.

Contexto econômico do Brasil prestes ao golpe de 1930

- Recessão econômica da década de 1920 no país
- Baixas no preço do café
- Diminuição de capitais estrangeiros no país
- Crise de 1929: forte abalo na economia nacional

O golpe de 1930

• Antes de iniciarmos o desenvolvimento do que caracteristicamente pode ser considerado como golpe, ressaltamos que, para a História, o termo revolução se aplica quando há uma ruptura total da ordem, ou seja, a mudança do estilo político do grupo que estava no poder, para um novo e completamente diferente modelo político do grupo que subiu ao poder. Soma-se ainda a ideia de revolução quando há uma verdadeira mudança de governo pelas mãos das classes populares, e alterações abrangentes na estrutura política do país. Já golpe melhor classifica o que houve no Brasil em 1930, pois embora a maioria da população tenha apoiado Vargas, não houve um efetivo apoio braçal do povo nas ruas contra a antiga ordem vigente. Além disso, podemos considerar que houve após 1930 apenas uma ruptura constitucional.

• No momento em que o Brasil se preparava para as eleições que dariam vitória ao presidente que governaria o país no período 1930-1934, houve a quebra da política do Café com Leite. Washington Luís, presidente vigente, deveria escolher de acordo com a política do Café com Leite um candidato mineiro para a sucessão presidencial, mas optou por indicar o paulista Júlio Prestes, o que provocou a ruptura da ordem vigente. Com isso, o governo de Minas Gerais se aliou ao Rio Grande do Sul e à Paraíba, formando desse modo a Aliança Liberal, responsável por indicar a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas à presidência e do paraibano João Pessoa à vice-presidência. A Aliança Liberal tinha grande apoio da população, setores médios e dos tenentes.

• Quando as eleições ocorreram de fato, o candidato oficial Júlio Prestes ganhou o cargo de presidente, entretanto Vargas e João Pessoa denunciaram as fraudes nas eleições. Após o assassinato de João Pessoa por um de seus adversários na política paraibana, este João Dantas, Vargas iniciou uma rebelião, pois acreditava que o crime havia sido encomendado por Washington Luís. Em 3 de outubro de 1930, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, os tenentes tomaram as ruas confrontando-se com as tropas federais. Mais tarde, o movimento revoltoso havia ganhado as ruas de todo o país, com exceção de São Paulo. No dia 24 de outubro, Washington Luís foi deposto, e Getúlio Vargas assumiu o poder em 3 de novembro.

Getúlio Vargas.

Leia também a 2ª parte deste estudo (CLIQUE AQUI)

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