Movimentos sociais rurais da Primeira República
• Originados, principalmente, de classes pobres que se sentiam desprezadas em diversas regiões do país. Os movimentos sociais rurais foram essencialmente embasados e motivados pelo descaso da Constituição de 1891 para com os trabalhadores excluídos, e a falta de atuação e legislação contra os interesses dos mais ricos, ou seja, os grandes fazendeiros, empresários e etc.
Ilustração ao Arraial de Canudos, anterior à Guerra de Canudos.
Canudos (Bahia)
• Movimento social religioso originado em 1893, no interior da Bahia, às margens do Rio Vaza-Barris, onde se formou um arraial liderado pelo beato Antônio Vicente Mendes Maciel, popularmente conhecido como Antônio Conselheiro.
• A partir de 1874, Antônio Conselheiro passou a percorrer o interior nordestino, recrutando fiéis. Durante uma década, Antônio percorreu os sertões do Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia, construindo e restaurando igrejas, cemitérios e capelas. O beato passou a ser acusado pela Igreja Católica da região, de um falso beato cristão e contrário ao Estado.
• 1893
- Início dos ataques armados contra o líder sócio-religioso, Antônio Conselheiro. Os ataques tiveram motivação após Conselheiro queimar em praça pública, editais que autorizavam os municípios a realizarem a cobrança de impostos no interior
- Conselheiro e seus seguidores tiveram êxito na primeira perseguição à qual vieram sofrer. Após terem derrotado as forças policiais, Antônio e seus seguidores entraram em uma fazenda de gado abandonada, onde se estabeleceram e fundaram Canudos ou Belo Monte.
• Contexto social de Canudos
- Canudos passou a representar uma salvação ao povo miserável do nordeste, que passou a mudar constantemente para o arraial. Os diversos seguidores de Antônio Conselheiro o viam como um enviado divino, que traria fartura e felicidade ao povo assolado pela carência.
- A prosperidade de Canudos era uma ameaça à soberania dos latifundiários, do poder do Estado e da Igreja Católica.
• 1896
- Expedição estadual da Bahia compondo 120 soldados com a missão de destruir Canudos. Os sertanejos de Canudos obtiveram êxito novamente contra o governo.
• 1897
- Segunda expedição, esta compondo 600 soldados com a mesma missão da primeira expedição, ou seja, destruir canudos. Os seguidores de Conselheiro voltaram a triunfar.
- Ainda em 1897, o governo expediu pela 3ª vez, esta compondo 1300 soldados para a região de Canudos com o objetivo de destruí-la. A bravura dos sertanejos de Canudos mais uma vez se confirmou na vitória sobre as tropas do exército. Esta terceira expedição custou a morte de dois comandantes da missão e mais 116 soldados, além de outros 120 feridos.
- As sucessivas perdas do exército passaram a repercutir na capital federal, e Conselheiro teve sua imagem atribuída a um líder com a pretensão de restaurar o Império. Na quarta expedição ao arraial de Canudos, o governo usou cerca de 7 mil soldados e 18 canhões. Depois, foram enviados mais 3 mil soldados. Após um intensivo combate, a população de Canudos foi arrasada, e segundo o escritor Euclides da Cunha restaram apenas quatro sobreviventes.
Leia também a 5ª parte deste estudo (CLIQUE AQUI)
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