Páginas

8 de dezembro de 2011

O poder da Monarquia e da Igreja no período colonial (3ª Parte)

 As fortes críticas de Lutero à Igreja, o risco de excomunhão ameaçada pelo papa mediante os atos de Lutero, o apoio da nobreza conquistado por Lutero, a revolta camponesa de 1524 e a Reforma Protestante Luterana.

O movimento luterano

• Baseado em suas teses, Lutero dizia que, o papa era o anti-Cristo e que a Igreja era o próprio reino do pecado. Tal pensamento defendido por Lutero levou o papa a expedir por meio de uma bula papal, documento religioso de caráter solene, um aviso de que poderia excomungá-lo. Martinho ignorou a bula e a queimou em praça pública como forma de protesto.

• Com o agravamento da situação entre a tradicional Igreja e Lutero, Martinho passou a discutir temas políticos, sob o pano de fundo religioso. Em 1520, Lutero publica o discurso À nobreza cristã da nação alemã. No discurso, Lutero afirmava que os impostos cobrados pela Igreja e sua autoridade política era injusta, e fazia um pedido aos príncipes alemães para que deixassem de ter fidelidade ao papa e reformassem a Igreja na Alemanha. Para ganhar o apoio dos príncipes, Lutero dizia que considerava o poder dos príncipes, esses sim, legítimo, e não desejava constituir nenhum tipo de ameaça ao poder dos monárquicos. Vários nobres e príncipes correram em auxílio ao pedido de Lutero. A razão da Reforma Protestante Luterana ascendeu-se entre os príncipes e teve-se uma verdadeira luta contra a intervenção papal. A tradicional Igreja passara então a ser vista por muitos príncipes, não como uma organização legítima de Deus, mas como uma organização religiosa estrangeira, ou seja, de interesses divergentes.

A revolta camponesa de 1524

• Em 1521, o Santo Imperador Romano, Carlos V, que desejava conciliar a Igreja com as “antigas fronteiras do Império Romano”, convocou Lutero a Worms, cidade alemã. A convocação fora motivada pela acusação de heresia. Lutero, entretanto, não se retratou, como também disse:

“Se eu não estiver convencido de erro pelo testemunho das Escrituras ou pela razão clara não posso retratar-me nem me retratarei de coisa alguma, pois não é seguro nem honesto agir contra a própria consciência. Deus me ajude. Amém.”

• Por essas e outras, e por atacar algumas vezes a ambição dos príncipes e lamentar a sorte dos pobres, além de ser visto pelos camponeses como um bem sucedido em sua luta contra a opressão feudal dos senhores e do clero, Lutero recebia apoio dos camponeses. Embora também defendesse que o bom cristão deveria ser obediente.

• Lutero não desejava ter suas ideias ligadas ao fato que acontecera em 1524, em boa parte da Alemanha, quando cerca de 300 mil pessoas, cansadas de serem exploradas e indignadas, pegaram em armas e lançaram-se abertamente contra os seus senhores. Temendo perder apoio da nobreza, Lutero disse a seguinte frase abaixo:

“Tempos maravilhosos são estes, em que um príncipe pode merecer mais o Céu derramando sangue do que outro, com as orações”.

Do movimento à Reforma

Ou seja, justificava que os príncipes deveriam matar os camponeses rebeldes.

• Sendo perseguido, Lutero teve que esconder-se e durante um ano, permaneceu à sombra do contato público, tempo em que traduziu para a Língua Alemã o Novo Testamento, estabelecendo princípios fundamentais do luteranismo:

- Abolição da confissão
- Abolição do jejum
- Abolição do celibato clerical
- Fim do culto aos santos

• Com a Reforma, os nobres obtiveram o poder de confiscar terras da Igreja, proibir o pagamento de impostos e conseguir o apoio dos seus súditos, agindo como líderes de um movimento religioso popular. A nobreza tinha na Reforma um modo de resistência ao Santo Imperador Católico, Carlos V, que pretendia expandir sua autoridade aos príncipes alemães.

Outras consequências da Reforma Protestante Luterana na sociedade alemã

• Mesmo após a morte de Martinho Lutero, o movimento luterano ganhou forças em vários principados alemães. No ano de 1555 e em pressão a Carlos V, um documento que ficou conhecido sobre o nome de paz de Augburgo, determinava:

“A religião de quem reina é a religião do país”.

- Isso significa que, cada príncipe seria o responsável pela religião de seus súditos. Dessa forma, grande parte dos principados ao norte da Alemanha tornaram-se protestantes, enquanto o sul alemão permaneceu católico. A divisão religiosa favoreceu a diluição do poder, e dificultou a unidade alemã. O protestantismo também teve adeptos em Genebra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário