Das rotas comerciais de especiariais do Oriente à Europa, até os relatos e descrições do mundo oriental e mongol, escritas por Marco Polo em seu autorado: Livro das Diversidades e Maravilhas.
As especiarias orientais
• Como já dito anteriormente sobre as cruzadas, havia também interesses comerciais nas peregrinações armadas rumo à Palestina. Desse modo, várias viagens rumo ao Império Mongol, passaram a ser feitas com o objetivo de obter mercadorias que eram raras na Europa, e valiosas correspondentemente para recompensar os perigos enfrentados nas expedições. A partir do século XIII, as especiarias começaram a entrar nos mercados europeus, provenientes dos pontos mais distantes do Império Mongol. As especiarias eram trazidas por comerciantes de diversas cidades italianas e vinham acompanhadas de informações sobre o Oriente. Até o final do século XIV, o comércio oriental funcionou regularmente, quando foi interrompido com a queda do Império Mongol e o avanço dos turcos sobre a Ásia Menor, resultando mais tarde na conquista de Constantinopla em 1453.
O poder no império mongol
• Durante o século XII, os mongóis eram um povo nômade, divididos por uma infinidade de tribos localizadas ao norte chinês. No início do século XIII, os líderes mongóis convenceram-se de que a conquista do mundo era uma missão divina e proclamaram um guerreiro, conhecido por Gêngis Khan, o “soberano universal”.
• A estrutura do Império Mongol estava submetida a uma rígida fidelidade ao Grande Khan, que tinha uma ampla tolerância religiosa, e permitia abrigar, sob autoridade do soberano, várias expressões religiosas. A política mongol era sustentada sobre uma veemente organização militar de cavaleiros rigidamente disciplinados às ordens do Gêngis Khan.
• Os mongóis ultrapassaram a Grande Muralha e chegaram a China em 1215. Anos depois, o Império Mongol já se estendia até o Mar Negro, conquistando territórios muçulmanos e submetendo a maior parte dos domínios russos. Mais tarde, o império mongol passou a ser governado pelo neto do Gêngis Khan, Kublai Khan, que viria a intensificar o comércio com o Ocidente, por meio de rotas da seda e de especiarias. Desse modo, passaram a chegar à Europa, vistosas porcelanas, tapeçarias sofisticadas, peças de seda pura e pedras valiosas, assim como, pimentas, cravos, canelas, gengibres e nozes-moscadas.
O jovem Marco Polo
• O relato mais difundido é o do veneziano Marco Polo, que, com 17 anos, acompanhando seu pai e seu tio, teria partido ao Leste, e chegado à Pequim, em 1265. Nessa primeira vigem, os mercadores conheceram o Grande Khan, que lhes dera uma carta que solicitava ao papa o envio de sacerdotes para ensinar e propagar o cristianismo entre os mongóis. Em 1271, ocorrera a segunda viagem, entretanto, os sacerdotes desistiram de chegar à nação mongol por terem ficado amedrontados durante a viagem.
• Com habilidade em aprender novos idiomas, Marco Polo logo passou a comunicar-se em mongol, persa e árabe, agradando ao Grande Khan. Em razão disso, Polo foi encarregado de várias missões diplomáticas em pontos diversos da China. Após duas décadas, Marco Polo e os demais mercadores obtiveram permissão para retornar à Europa, chegando em Veneza, cidade italiana, em 1295; mas logo no ano seguinte, Marco Polo foi aprisionado por genoveses, que estavam em guerra contra sua terra. Em cárcere, Marco teria contado a um prisioneiro, suas aventuras, o que viria depois a ser publicado em seu próprio livro, o Livro das Diversidades e Maravilhas.
• Para Marco Polo, seu livro era uma verdadeira descrição do mundo oriental. Nele, informações características e dimensionais do Império Mongol eram detalhadas ao máximo. Entre as informações, na época pioneiras, Marco relatava localidades como a ilha de Cipangu, no Japão. Entre outras informações do seu livro, Marco relatava sobre regiões lendárias, relatos de uma árvore imensa que chegava a tocar o céu, localizada à região persa. Além disso, Marco também descrevia animais exóticos que teria avistado, como unicórnios; para a História, prováveis rinocerontes. Ele teria ainda descrito uma árvore que produzia pão e vinho; para a História, a provável árvore Sagüeiro, de cujo caule é possível extrair farinha.
• As escrituras e descrições de Marco Polo percorreram toda a Europa, estimulando a imaginação de contemporâneos do autor. A influência foi tanta, que outros mercadores passaram a seguir as pistas do autor, realizando outras expedições com destino à Índia e à China, de onde traziam mais detalhadamente, outras informações à sociedade medieval européia.
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