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26 de novembro de 2011

O Mundo Feudal (7ª Parte)

 Da crise do século XIV e seus reflexos na sociedade européia medieval, passando pela devastadora Peste Negra, até as revoltas de camponeses, guerras entre nações, e as novas informações geográficas que surgiram acerca do mundo.

A crise do século XIV

• Durante o século XIV, a Europa medieval viveu um dos piores momentos de sua história. Na agricultura, más colheitas provocavam a estagnação da produção, o desemprego no comércio e a inflação; posteriormente, a fome, que, resultava no declínio populacional, além de outros fatores conseqüentes desses, como: guerras violentas, abandonos de aldeias, e rebeliões nas cidades e nos campos. A sociedade medieval via o período do século XIV, como um período de adversidades. Já a classe religiosa considerava o século XIV como um período de loucura, o que provocava em parte da população a veemência de superstições populares, mas por outro lado, aumentava o processo de transformação.

• Desse modo, a produção agrícola despencou, além dos homens medievais terem encontrado-se diante de um novo problema rural: a conservação do solo, que, na época, era bastante rudimentar; o que provocara o esgotamento da terra. Economicamente, a prata tornou-se escassa, devido às dificuldades do homem medieval no aprofundamento das minas; isso provocou simultaneamente a desvalorização das moedas e a inflação. Os preços dos produtos manufaturados de luxo tiveram uma rápida elevação, e os impostos recolhidos pela nobreza aos camponeses diminuíram.

A peste negra

• Durante o século XIV, a peste bubônica, doença transmitida por uma pulga através do rato, e que comporta a bactéria Yersinia Pestis, alastrou-se pela Europa, provocando a morte, segundo estimativas conservadoras, de 1/3 da população européia. Há dados, entretanto, de cidades que perderam metade de suas populações em razão da doença. A peste ficou historicamente conhecida como Peste Negra, e sua disseminação na sociedade européia foi facilitada principalmente nas cidades, onde ocorreram os mais altos índices de mortalidade, devido a proximidade entre as pessoas.

• Socialmente, a Peste Negra, fez com que se acreditasse na Europa, que até o olhar de um doente poderia contaminar alguém. Por outras vezes, acreditaram que a Peste Negra era um castigo divino, e em razão disso, flagelantes iam de uma região a outra açoitando-se com varas e chicotes, numa tentativa de agradar à Deus para que ele cerceasse o crescimento da contaminação pela peste. Correu-se também repugnações aos judeus, que foram acusados de terem causado a peste envenenando os poços. Isso resultara em massacres de judeus.

• Como conseqüências econômicas da Peste Negra, as milhões de mortes também refletiram-se na queda da produção de alimentos e demais mercadorias, e com escassez no mercado, os preços dispararam. Para contornar a situação, a nobreza vingou nos camponeses as dificuldades provocadas pela crise do século XIV. Dessa forma, o valor da terra juntamente com a renda agrícola diminuiu. Em 1349, a Inglaterra decretou uma lei que obrigava os camponeses a trabalhar para os senhores por salários fixos. Leis semelhantes também foram aplicadas nos principados germânicos, espanhóis e portugueses, agravando a tensão entre camponeses e nobres.

As revoltas dos camponeses

• Tais tensões resultaram em rebeliões. Para se ter uma ideia, o clima entre camponeses e senhores já não era bom anteriormente à Peste Negra, como acontecera em 1323, onde os camponeses de Flandres rebelaram-se contra a tentativa dos senhores de restabelecer velhas obrigações. No ano de 1358, camponeses franceses armaram-se em protesto à saques dos campos pelos soldados. Aproximadamente 20 mil deles morreram no levante que ficou conhecido sob o nome de Jacquerie. Revoltados com a legislação que prendia os camponeses à terra e os cobrava novos tributos, em 1381, foi a vez dos ingleses rebelarem-se. Todas as três revoltas fracassaram.

As guerras

• Nesse contexto, teve-se na Europa, durante o período, várias guerras que devastaram cidades e campos. A maior guerra desse período ficou conhecida sob o nome Guerra dos Cem Anos (1337-1453), entre a França e a Inglaterra, que envolvia questões pretéritas e o domínio da região dos Flandres. Durante a Guerra dos Cem Anos, a França, que até então era governada sucessoriamente por reis, impôs impostos que aumentaram satisfatoriamente as rendas do Estado e viabilizaram meios de organizar um exército profissional de soldados. Com a guerra, a unidade nacional teve o seu processo acelerado na França e Inglaterra.

• A desordem social causada pelas guerras, refletiu-se na subida de líderes que controlavam o exército. Monarcas militarizados anularam a independência do clero e as liberdades das universidades, então existentes, fazendo com que elas deixassem o seu caráter de associação internacional de estudiosos para organizações nacionalistas de conhecimento. Os monarcas trataram ainda de submetê-las e censurar os que consideravam como “pensamentos perigosos” ao bom funcionamento dos estados nascentes. Era, de fato, a desmoralização das instituições medievais.

As novas informações geográficas do mundo

• Proporcionalmente à crise do século XIV, houve nesse período o advento de novas informações geográficas, à medida que ampliava-se o conhecimento sobre a Ásia. A África passara a ser mais um dos lugares onde estariam localizados reinos e terras maravilhosas. No século XV, uma expedição portuguesa foi enviada à Etiópia, com o propósito de estabelecer uma aliança com o povo local contra os muçulmanos. E nos séculos posteriores, XVI e XVII, o oceano Atlântico e o Novo Mundo passaram a conter a geografia imaginária dos europeus. No século XVIII, foi a vez do oceano Pacífico ser navegado e explorado pelos navegadores ambiciosos pela descoberta de todos os territórios do mundo.

Leia também a 8ª parte deste estudo (CLIQUE AQUI)

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