Páginas

23 de fevereiro de 2012

Emissor e interlocutor: habilidades próprias num processo comunicativo

A comunicação não se resume a manipulação de um código, a edição de uma mensagem, a veiculação dessa mensagem e a interação entre a mensagem e o interlocutor. Saiba porque outros fatores também influeciam no processo comunicativo enquanto ato social e quais são esses fatores.

Além dos elementos constituintes de um processo comunicativo

O quê se passa numa mente ao escrever
um texto e em outra ao lê-lo?

Na primeira postagem sobre O Processo Comunicativo, escrevi e expliquei uma série de elementos que constituem um processo de comunicação e iniciei o assunto que tratarei de dissertar nesta postagem: os outros fatores que interferem num processo comunicativo entre falante (emissor) e o seu interlocutor (público-alvo).

Como dito anteriormente, não basta apenas utilizar-se dos elementos de um processo comunicativo para, de fato, poder obter êxito numa comunicação. É preciso que, antes de tudo, o emissor – aquele que vai desenvolver uma mensagem – esteja ciente de para qual público a mensagem será direcionada. Pois, somente ciente de com qual público ele pretende interagir, o emissor poderá adequar a sua mensagem a linguagem do seu público-alvo. Além de gírias e jargões específicos do público alvo, uma questão indispensável para poder estabelecer, pelo menos, uma comunicação, é a questão do código (sistema de sinais) que será usado pelo emissor. Por exemplo, se o emissor vai emitir uma mensagem para um congresso de medicina, ele deverá usar uma linguagem ultraformal, já se vai emitir uma mensagem para um grupo de donas de casa, ele deverá usar-se de uma linguagem mais simples. E é claro, tanto se a mensagem para um congresso de medicina quanto para um grupo de donas de casa envolve pessoas brasileiras, a língua a ser usada deverá ser o português brasileiro. O léxico é que sofre modificação neste caso.

Mas será que com isso tudo, um dado emissor poderá conseguir êxito em seu processo comunicativo? Se ele seguir à risca os conceitos prévios da comunicação, conquistará o seu público alvo? Bom, se vai conquistar ou não é uma questão complexa de dizer, mas pode ter certeza que, um emissor que utiliza dos elementos formadores do processo comunicativo e, principalmente, adequa o código para estabelecer uma mensagem incisiva, ele terá muitos mais chances de interagir positivamente com a opinião de seu interlocutor, público alvo.

Habilidades em foco enquanto processo comunicativo

Cada ser é um ser e todo ser é intrínseco. Filosofia a parte, toda pessoa realmente tem as suas próprias características, e, tais características inerentes têm um peso no processo comunicativo. Essas características que chamaremos de habilidades de cada um, completam o processo comunicativo:

Ideologia e Cultura

Tanto o emissor como o interlocutor possuem uma ideologia e cultura; suas crenças, formas de divertimento, representações e visões de mundo, modos de vida e formas de trabalho. Tais habilidades estão presentes no desenvolvimento e leitura de uma mensagem. Por exemplo, em textos em que o emissor expressa sua opinião, ele a expressa com impactos ideológicos e culturais próprios. O leitor que lê essa mensagem, também a lê sob impactos ideológicos e culturais próprios. Até mesmo numa notícia que é um tipo textual em que o jornalista não deve dar a sua opinião, ele pode muito bem valorizar uma parte do fato e desvalorizar outra. Mesmo quando o jornalista não faz um comentário sobre uma notícia, ele pode tendência-la. É o que chamamos de jornalismo tendencioso, mais nítido em assuntos políticos.

A psico de cada um

A questão psicológica também causa impactos, tanto em quem produz uma mensagem (o emissor) quanto quem a recebe (o interlocutor). A característica psicológica é, as variáveis sensações de humor, o grau de tolerância de um interlocutor sobre dado assunto, as outras sensações do corpo e comportamentos da mente, etc. Por exemplo, você neste exato momento em que lê este artigo pode estar tranquilo ou incomodado com algo, feliz, neutro ou triste. O mesmo se aplica a mim, autor do artigo. O modo como eu e você estamos interfere em nossa capacidade comunicativa: a minha, de escrever o artigo, e a sua, de interagir com ele.

Tipologia textual

Emissor e interlocutor também possuem uma tipologia textual distinta. No caso da tipologia textual, já existem modelos preexistentes, mas mesmo assim cada texto tem as suas particularidades, portanto, mais uma vez, revemos a questão da adequação de quem vai emitir a mensagem para quem irá recebê-la e interagir com ela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário