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10 de novembro de 2011

A crise de 1929 (2ª Parte)

 A superprodução da indústria norte-americana e a insuficiência de consumidores com poder aquisitivo para comprar os produtos, formam uma das principais causas para o crash de 1929 na Bolsa de Valores de Nova York.

A crise da economia norte-americana

• A crise econômica norte-americana foi resultado da superprodução da indústria que, não só produziu muito, mas produziu uma quantidade de produtos incompatível com o número de consumidores que podiam comprar os produtos nos EUA. Esses consumidores com poder aquisitivo, formava uma pequena parcela da população americana, conhecida como classe média; a grande maioria da população, inclusive os próprios trabalhadores não tinham renda suficiente para consumir o que eles mesmo produziam.

• Além da superprodução da indústria, o fato dos investidores americanos terem concentrado seus investimentos em negócios domésticos ao final dos anos 1920, também pode ser apontado como uma das causas da crise. Ao fazerem isso, países europeus passaram a ter dificuldades na obtenção de empréstimos e também na exportação de mercadorias para os Estados Unidos, isso em decorrência do protecionismo norte-americano que cobrava altas taxas de alfândega sob os produtos vindos do exterior. As consequências somam o atraso dos países europeus em quitar suas dívidas com os Estados Unidos e uma redução pelos países europeus na importação de produtos norte-americanos.

A quebra da bolsa

• À medida que os produtos não iam sendo vendidos, os preços começaram a cair -lei natural do comércio- mas também começou a queda de ações da principal Bolsa de valores do mundo, resultado da vontade dos investidores em vender suas ações, porém com uma quantidade irrisória de investidores dispostos a comprar. Nesse contexto, a Bolsa de Nova York quebrou, os Estados Unidos entraram em uma profunda recessão econômica, e todo o resto do mundo ligado a esse sistema capitalista também sofreu os efeitos da crise, com exceção da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que não só não teve impactos financeiros, mas também viu sua economia deslanchar.

Rua de Wall Street, onde localiza-se a Bolsa de Valores de Nova York. Fotografia de 1929.

Bolsa de Valores de Nova York; à esquerda, fotografia de 1929; à direita, fotografia de 2001.

A depressão mundial

• Como consequências econômicas da crise de 1929 pelo mundo, temos:

- Descontrole da economia
- Escassez de crédito fácil e de curto prazo
- Redução dos investimentos
- Redução do consumo
- Impactos na agricultura forçando os produtores de alimentos aumentarem a oferta dos preços, embora tal medida não foi bem sucedida
- Deflação
- Desvalorização da moeda
- Adoção de medidas restritivas sobre o comércio e o capital
- Falta de pagamentos de dívidas internacionais

• Como consequências sociais da crise de 1929 pelo mundo, temos:

- Desemprego generalizado
- Falta de alimentos
- Crescimento da miséria
- Ressurgimento dos ressentimentos nacionais
- Ascensão de partidos ultra-conservadores em diversos países europeus, como Alemanha, Espanha e Romênia, resultando em regimes totalitários.
- E mais tarde, em decorrência do exposto nas duas últimas linhas acima, a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

• Como consequências políticas da crise de 1929, temos:

- Busca pelos países de uma política econômica
- Planejamento de políticas contra o desemprego
- Planejamento de políticas anti-inflação
- Implementações de políticas que pudessem reverter a situação econômica pós-crash e incentivar o crescimento econômico
- Novas políticas para controle de importações sobre exportações
- Diversificação das políticas econômicas adotadas por cada país para combater a crise dos anos 1929

Fotografia da Farm Security Admnistration, órgão do governo americano para registrar as condições de vida da população norte-americana pós-crise de 1929. Na foto, uma mãe migrante com o seus filhos, em Nipomo, estado da Califórnia.

Significado de alguns termos:

Ação: títulos de propriedade negociáveis e representativos do capital de uma empresa.
Ressentimento: mágoa que se guarda de uma ofensa; rancor.
Inflação: redução do poder aquisitivo da moeda, e alta geral dos preços.
Deflação: ação de diminuir o excesso de papel-moeda em circulação na economia.

Leia também a 3ª parte deste estudo (CLIQUE AQUI)

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