Movimentos sociais urbanos da Primeira República
• Originados, principalmente, de classes pobres que se sentiam desprezadas nos arredores das cidades comerciais e industriais do país. Os movimentos sociais urbanos foram essencialmente embasados e motivados pelo descaso do governo para com os operários.
A Revolta da Chibata (1910)
• Promovida pelos funcionários da Marinha brasileira, teve suas origens no início do século XX, e foi motivada pelas péssimas condições com que eram tratados:
- Salários baixos
- Exaustiva jornada de trabalho
- Castigos corporais em casos de desobediência
• Embora os castigos corporais tivessem sido abolidos na Proclamação da República, eles continuavam a existir na prática vitimando os pobres marinheiros às ordens autoritárias de seus superiores.
• Comandados por João Cândido Felisberto, o almirante negro, os marinheiros reivindicavam o fim definitivo dos castigos corporais, folgas semanais e salários mais altos. Os rebeldes enviaram um telegrama ao presidente da República, o avisando que se não atendesse as reivindicações iriam bombardear a cidade do Rio de Janeiro. Após um castigo aplicado ao marinheiro Marcelino Rodrigues, em Minas Gerais, que o penalizava com 250 chibatadas nas costas, o movimento de revolta alastrou-se.
• O congresso, mediante pressão, votou o fim dos castigos corporais aos marinheiros e anistiou os organizadores da revolta. Entretanto, a paz dos marinheiros durou pouco e o governo passou a prender os marinheiros anistiados. Uma suposta revolta na Ilha das Cobras teria sido o pano de fundo para a justificativa da perseguição federal aos marinheiros.
• O governo ordenou um severo ataque à Ilha. Aos poucos os marinheiros rebeldes foram vencidos, e deportados para a Amazônia, onde foram submetidos a trabalhos forçados nos seringais. Desses, nove foram fuzilados durante o trajeto.
• João Cândido, o Almirante Negro, sobreviveu, sendo encaminhado para um hospital de doentes mentais, e julgado em 1912, onde foi inocentado. O Almirante Negro morreu na década de 1960, doente e pobre.
João Cândido, em fotografia que retrata o momento em que ele lê o documento que anistiava os marinheiros da Revolta da Chibata.
Leia também a 9ª parte deste estudo (CLIQUE AQUI)
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