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26 de outubro de 2011

A Primeira República do Brasil (8ª Parte)

 Formada em suma maioria por marinheiros de origens pobres, de cor negra ou mulata e que apresentavam um histórico de desobediência e rebeldia, a Marinha brasileira do início do século XX iria ostentar sob a liderança do almirante negro, João Cândido Felisberto, um movimento de reivindicação e indignação perante a situação com que eram tratados os marinheiros, no que ficaria conhecido como Revolta da Chibata.

Movimentos sociais urbanos da Primeira República

• Originados, principalmente, de classes pobres que se sentiam desprezadas nos arredores das cidades comerciais e industriais do país. Os movimentos sociais urbanos foram essencialmente embasados e motivados pelo descaso do governo para com os operários.

A Revolta da Chibata (1910)

• Promovida pelos funcionários da Marinha brasileira, teve suas origens no início do século XX, e foi motivada pelas péssimas condições com que eram tratados:

- Salários baixos
- Exaustiva jornada de trabalho
- Castigos corporais em casos de desobediência

• Embora os castigos corporais tivessem sido abolidos na Proclamação da República, eles continuavam a existir na prática vitimando os pobres marinheiros às ordens autoritárias de seus superiores.

• Comandados por João Cândido Felisberto, o almirante negro, os marinheiros reivindicavam o fim definitivo dos castigos corporais, folgas semanais e salários mais altos. Os rebeldes enviaram um telegrama ao presidente da República, o avisando que se não atendesse as reivindicações iriam bombardear a cidade do Rio de Janeiro. Após um castigo aplicado ao marinheiro Marcelino Rodrigues, em Minas Gerais, que o penalizava com 250 chibatadas nas costas, o movimento de revolta alastrou-se.

• O congresso, mediante pressão, votou o fim dos castigos corporais aos marinheiros e anistiou os organizadores da revolta. Entretanto, a paz dos marinheiros durou pouco e o governo passou a prender os marinheiros anistiados. Uma suposta revolta na Ilha das Cobras teria sido o pano de fundo para a justificativa da perseguição federal aos marinheiros.

• O governo ordenou um severo ataque à Ilha. Aos poucos os marinheiros rebeldes foram vencidos, e deportados para a Amazônia, onde foram submetidos a trabalhos forçados nos seringais. Desses, nove foram fuzilados durante o trajeto.

• João Cândido, o Almirante Negro, sobreviveu, sendo encaminhado para um hospital de doentes mentais, e julgado em 1912, onde foi inocentado. O Almirante Negro morreu na década de 1960, doente e pobre.

João Cândido, em fotografia que retrata o momento em que ele lê o documento que anistiava os marinheiros da Revolta da Chibata.

Leia também a 9ª parte deste estudo (CLIQUE AQUI)

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