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31 de outubro de 2011

A Semana de Arte Moderna: o Brasil antes e depois da movimentação artística (8ª Parte)

 A dispersão das correntes modernistas após a Semana de Arte Moderna.

O modernismo nos anos de 1922 a 1930

• A revista Klaxon


- Mensário de Arte Moderna lançado em 15 de maio de 1922, e que circulou até janeiro de 1923. Klaxon era uma revista modernista, considerada um marco futurista e inovadora em seu projeto gráfico. Abaixo, trecho do ‘manifesto’ que abriu o primeiro número da revista:

“(...) Klaxon cogita principalmente de arte. Mas quer representar a época de 1920 em diante. Por isso é polimorfo, onipresente, inquieto, cômico, irritante, contraditório, invejado, insultado, feliz.”.

Manifesto da Poesia Pau-Brasil


- Manifesto publicado em 18 de março de 1924, no jornal Correio da Manhã, e que mais tarde comporia de forma reduzida e modificada o livro de poesias Pau-Brasil. Baseava-se numa literatura totalmente vinculada a realidade brasileira a partir da redescoberta do Brasil. O manifesto e a poesia Pau-Brasil eram ideias de Oswald de Andrade.

Abaixo, alguns trechos do manifesto Pau-Brasil:

- A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.
- A Poesia para os poetas. Alegria dos que não sabem e descobrem.
- A Poesia Pau-Brasil. Ágil e cândida. Como uma criança.
- A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.
- Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano.
- A Poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.
- Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres.

A Revista
 
- Publicação do movimento de corrente modernista em Minas Gerais, A Revista teve três números que circularam em dois meses de 1925 e em janeiro de 1926. Um de seus redatores era Carlos Drummond de Andrade.
 
Verde-Amarelismo
 
- Iniciado em 1926, e composto por Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo, o Verde-Amarelismo criticava o nacionalismo do Pau-Brasil, a que vieram chamar de ‘afrancesado’, e tinha como proposta de nacionalismo, um nacionalismo primitivista, ufanista e de caráter fascista tornando-se mais tarde integralista. No verde-amarelismo, o tupi é idolatrado e a anta torna-se símbolo nacional.
 
Revista de Antropofagia
 

- Iniciada em maio de 1928, a Revista de Antropofagia era uma resposta ao nacionalismo do Verde-Amarelismo. Em sua primeira fase, a revista se mostrara como um reflexo das distintas ideias que o movimento modernista havia comportado. Sob a ótica do Pau-Brasil: Oswald de Andrade, Alcântara Machado, Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade. E sob a ótica do Verde-Amarelismo: Plínio Salgado e Guilherme de Almeida. Em sua segunda fase, a revista apresenta uma definição ideológica mais consolidada. Mário que até então, participara do movimento do Pau-Brasil, depois Revista de Antropofagia, ruptura-se e passa a integrar a oposição do Verde-Amarelismo, ou como também era conhecido, ‘Escola da Anta’.

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