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12 de novembro de 2011

Regimes totalitários na Europa (1ª Parte)

 Após o término da Primeira Guerra Mundial, vários países europeus estavam mergulhados em preocupantes crises econômicas que se traduziam no alto número de desempregados e refletia-se nas movimentações sociais. Tal situação levaria a guinada de governos totalitários, entre eles, o fascismo na Itália.

Contexto social do mundo pós-Primeira Guerra Mundial

• Sobre uma situação social alarmante em que predominava o desemprego e a inflação, a obscuridade cultural e a miséria, as sociedades de vários países europeus faziam greves e promoviam revoltas contra a ordem liberal. Em vez, porém, disso acarretar em revoluções operárias, surgiu na Europa após a Primeira Guerra Mundial, ideologias políticas autoritárias e centralizadoras, que viriam a se transformar em regimes totalitários e semi-totalitários, que manipulavam e em alguns casos, tinha o próprio apoio do povo.

Contexto social da Itália após a Primeira Guerra

• Embora tenha saído vitoriosa da Primeira Guerra, junto à Grã-Bretanha, França e Estados Unidos, a Itália não recebeu dos vitoriosos os territórios que almejava para sua expansão imperialista, como previa o Tratado de Londres, de 1915. Além disso, o país passava por uma difícil situação de retrocesso econômico, com milhares de desempregados e vários movimentos de expressão social.

O surgimento do socialismo na Itália

• A estagnação da economia italiana e o crescimento de movimentos operários propiciaram a ascensão do Partido Socialista na Itália, congregando milhares de membros. Em 1920, teve início na Itália uma ampla ocupação de fábricas e a formação de Conselhos Operários em unidades produtivas. Tal crescimento operário assustava a alta burguesia que, temendo uma revolução social, desapoiou os tradicionais partidos conservadores e apoiou política e financeiramente grupos radicais de direita. Entretanto, a esquerda socialista não oferecia naquele período uma alternativa revolucionária à crise e o movimento acabou por fracassar em seus objetivos.

O surgimento do comunismo na Itália

• Já o Partido Comunista Italiano – PCI surgiu um ano depois, em 1921, após a dispersão dos socialistas, porém também tinha várias distinções ideológicas internas. O líder do grupo mais dominante no PCI, Amadeo Bordiga, dizia que primeiro dever-se-ia conquistar e quebrar o Estado, para só depois, construir os conselhos operários de fábrica. Ao passo que defendia essa teoria, Bordiga contrapunha-se às concepções do marxista Antonio Gramsci, outro fundador do PCI, este acreditava que a revolução deveria partir da formação dos conselhos operários.

Surge o fascismo

• Também em 1921, foi criado mais um partido na Itália, este de teoria direitista, o PNF – Partido Nacional Fascista. O partido fascista estava mais bem planejado estrategicamente para a conquista do poder na Itália e assumia posturas mais rígidas aos tradicionais partidos da direita.

Fasci di combattimento

• Benito Mussolini, representante dos fascistas, usou a denominação “fasci” para nomear os grupos designados a atacar sindicatos, jornais e comícios socialistas e comunistas. Eles eram chamados de os “fasci di combattimento”. Fascio é um termo originário de fascis, que tem por significado em latim, fardo de varas. Em Roma, o fascis ou fardo de varas, servia como arma para castigar os condenados por crimes.

A Marcha sobre Roma

• Em 1922, apoiados pela pequena-burguesia, os fascistas realizaram a Marcha sobre Roma. Nela, os Camisas Negras como eram chamados, reivindicavam o equilíbrio social, porém, a manifestação tinha como objetivo oculto a tomada do poder. Pressionado pelos grupos que sustentavam o movimento, o rei Vitor Emanuel III demitiu o primeiro-ministro e colocou Mussolini no cargo, que teria por objetivo, organizar um novo governo, dentro, claro, das normas vigentes no sistema parlamentarista em vigor.

Benito Mussolini, ao centro, na Marcha sobre Roma.

Rumo ao poder fascista

• Nas eleições de abril de 1924, realizadas já sob o governo de Mussolini, os fascistas obtiveram maioria no Parlamento, o que criou a situação ideal para a caça aos opositores, tendo como meios de repressão a prisão ou mesmo o extermínio. Com os opositores mortos, presos ou exilados, Mussolini instaurou na Itália um Estado totalitário, evidentemente, de natureza fascista.

A Itália fascista

• Após isso, o Parlamento perdeu toda a sua influência e poder nas decisões políticas do país, a imprensa foi censurada e transformou-se em um meio de divulgação dos interesses do governo, o trabalho passou a ser regido pelas leis da Carta Del Lavoro, que, entre outras coisas, organizava a sociedade italiana em patrões e empregados, estabelecendo assim, um Estado corporativista. A economia passou a ser controlada pelo Estado e houve um crescente investimento na indústria pesada e bélica.

• A nova estrutura política da Itália, que tinha por objetivo possibilitar o crescimento econômico e alcançar o equilíbrio social, acabou-se tornando um Estado autoritário e com pretensões imperialistas que pouco vieram acrescentar em seu poderio, como a conquista da Etiópia, por exemplo. Embora o governo tivesse investido na indústria bélica, a Itália foi considerada despreparada para os grandes confrontos que iriam se suceder na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia também a 2ª parte deste estudo (CLIQUE AQUI)

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