Páginas

20 de novembro de 2011

O Mundo Feudal (1ª Parte)

  A sociedade feudal, os modos de vida durante a Idade Média (Séc. V a XV), o domínio do clérigo e da nobreza sobre a classe dos trabalhadores; o contrato feudo-vassálico entre suseranos e vassálicos, até as divisões econômicas do senhorio em reservas sehoriais, mansos servis e terras comunais.

O Feudalismo na Idade Média (Séc. V a XV)

• Durante a Idade Média, o feudalismo foi o sistema predominante de organização da sociedade, sendo os trabalhos agrícolas a principal atividade exercida pelos homens, que utilizavam de ferramentas e técnicas adequadas para a exploração dos recursos de sobrevivência que a natureza dava-os através de terras férteis e bom clima. A paisagem européia era essencialmente rural, e em aéreas no interior das florestas –descobertas de folhagem- desenvolviam-se culturas de cultivo da terra.

• Atividades como pesca, caça, ceifa e vindima eram desenvolvidas por povos do Hemisfério Norte durante o período medieval. No período medieval (Séc. V a XV), a vida seguia o ritmo do tempo natural, sendo determinada pela luz do dia e escuridão da noite. Naquela época, não havia luzes artificiais e os povos temiam forças demoníacas ou o aparecimento de seres imaginários durante a noite.

Iluminuras do Missal de Lorvão. Nas imagens, atividades como pesca, caça, ceifa e vindima, então praticadas por povos do Hemisfério Norte, durante os meses de fevereiro, maio, junho e setembro, na Idade Média.

A sociedade feudal

• Na sociedade feudal, havia dois grupos dominantes; o primeiro, o clérigo, representantes da tradição cristã que tinham como dever manter os princípios no âmbito da comunidade européia; o segundo, os nobres, que possuíam a responsabilidade da direção militar da sociedade, lutando diretamente contra os inimigos da fé cristã ou agressores externos, além de brigas entre eles próprios por questões como quebra de acordo, ofensa moral a alguma dama ou a ambição por terras e riquezas.

• Tantos os clérigos quanto os nobres, detinham vastas regiões de terra e eram sustentados sobre a atividade agrícola exercida pela classe dos trabalhadores.

• Os domínios de sustentação de cada grupo dominante:

- A Igreja principalmente, classe dos clérigos, era a maior detentora de terras, e costumava receber dos nobres partes dos seus bens, como porções de terra. Os nobres acreditavam que dessa forma poderiam ser salvos no juízo final, pois praticavam a caridade à Igreja.

- Já os nobres tinham através de guerras suas formas de sustentação, e já utilizavam de armas como espadas, escudos, armaduras e meios de condução como cavalos nas lutas para a conquista de novos domínios. Os combatentes militares de um nobre era proporcional ao número de terras e camponeses que este detinha em seu poder, de modo que, quanto maior fosse a capacidade militar de um nobre, maior era a dominação do mesmo.

Contrato feudo-vassálico

• No contexto social que se segue acima, surgiu na nobreza, um acordo denominado Contrato feudo-vassálico, durante o século IX, que determinava compromissos militares recíprocos entre os nobres, de modo que, os nobres mais poderosos cediam a outros, benefícios, geralmente terras, visando apoio militar, para que os nobres em dificuldades econômicas pudessem se sustentar e garantir sua posição social. O nobre que cedia algum bem, era chamado de suserano; já o nobre que recebia o bem e se via obrigado a prestar auxílio militar, era nomeado por vassalo.

A “perda de poder” do rei

• A partir do momento que as relações feudo-vassálicas, entre suseranos e vassalos estabeleciam-se abrangentemente, o poder do rei foi subtraído. Pois, os senhores feudais passaram a assumir funções políticas, jurídicas e administrativas em suas terras, e embora o rei fosse teoricamente considerado o senhor dos senhores, o monarca não passava de apenas mais um senhor feudal. Dessa forma, a única instituição que realmente detinha um alto poder em todo o sistema feudalista europeu, era a Igreja.

As outras camadas sociais da sociedade feudal

• Depois do clérigo e da nobreza, havia os sacerdotes e guerreiros, que tinham um papel um pouco mais elementar na organização feudalista, mas nada comparado aos primeiros. E abaixo os sacerdotes e guerreiros, estava o nível mais baixo da cadeia social, representada pelos trabalhadores; que eram servos, artesãos, pequenos camponeses e comerciantes. Esta última classe composta de trabalhadores era em suma a maioria da população, responsáveis pelas atividades manuais necessárias à sobrevivência do próprio grupo e como já dito anteriormente, o sustento da nobreza e do clero.

• Os trabalhadores condicionavam-se subordinados ao clero e a nobreza por modos distintos. Pelo clero, através do controle religioso da fé. Pela nobreza, através do controle militar. Dessa forma, a divisão social: clero, nobreza e trabalhadores, representava as seguintes funções: oração, guerra e trabalho. O clero, visto como intermediário entre Deus e os homens, ordenava a toda sociedade a organização sagrada à qual deviam condicionar-se.

O senhorio

• O senhorio (domínio) era a organização econômica prevalecente na Idade Média (Séc. V a XV). Organizado em três partes: a reserva senhorial, o manso servil e as terras comunais.

• A reserva senhorial compunha os mais importantes terrenos cultiváveis, os moinhos e os celeiros para os grãos, além de outros componentes à economia senhorial, como as oficinas artesanais, os fornos e os estábulos. No castelo, residia o senhor feudal, servindo de proteção aos trabalhadores subordinados àquele. Toda a produção da reserva senhorial pertencia integralmente ao senhor.

• Os mansos servis eram pequenos lotes de terra, dados a famílias camponesas, sob a condição que, estas deviam uma série de obrigações ao senhor do domínio, como por exemplo, o trabalho na reserva senhorial e a entrega de parte da produção realizada no manso. Sobre os servos recaíam as mais pesadas condições, e, além disso, não podiam deixar seus pequenos lotes de terra ante a autorização do senhor.

• Já as terras comunais eram terras de uso comum pelo senhor e pelos camponeses, onde localizava-se a área destinada à pastagem e os pequenos bosques, onde retirava-se lenha e praticava-se caças.

• De modo geral, cada senhorio tinha a finalidade de produzir alimentos, vestuários, armamentos e utensílios.

Leia também a 2ª parte deste estudo (CLIQUE AQUI)

Nenhum comentário:

Postar um comentário